26 de junho de 2011

Tite e Carpegiani dão a volta por cima e duelam no clássico do Pacaembu

Pressionados por torcedores de Corinthians e São Paulo após eliminações traumáticas, treinadores buscam o primeiro título em suas equipes

Por Carlos Augusto Ferrari e Marcelo Prado São Paulo
Tite e Paulo César Carpegiani. Dois claros exemplos de como é instável a vida de um treinador no futebol brasileiro. Ambos naufragaram nos maiores objetivos de Corinthians e São Paulo na temporada, foram pressionados, criticados por dirigentes e torcedores, mas sobreviveram. E têm ainda uma outra coisa em comum: estão em sua segunda passagem nos clubes do Parque São Jorge e Morumbi, respectivamente, e lutam agora para conquistar seus primeiros títulos.
MONTAGEM - Tite corinthians carpegiani são paulo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Tite e Carpegiani farão duelo à parte no clássico deste domingo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Tite trabalhou no Corinthians pela primeira vez entre 2004 e 2005. Em seu primeiro ano, teve um ótimo retrospecto. Ele chegou em meio ao Campeonato Brasileiro e pegou o time na zona de rebaixamento. Com um desempenho espetacular no segundo turno, levou o Timão ao quinto lugar, ficando apenas uma vaga abaixo do grupo da Taça Libertadores da América.
No ano seguinte, a equipe anunciou a polêmica parceria com a MSI e o gaúcho acabou demitido, já que não contava com a simpatia do iraniano Kia Jorabichian. Retornou no ano passado e, na reta final do Brasileirão, viu o Timão, que chegou a liderar o torneio, falhar no fim e ficar apenas com uma vaga na Pré-Libertadores, quando a equipe passou um dos maiores vexames de sua história ao ser eliminado pelo Tolima (COL). Tite foi pressionado, a torcida exigiu sua saída, mas o presidente Andrés Sanches o segurou no cargo. Veio a derrota na decisão do Paulista para o Santos e as críticas voltaram. O dirigente, mais uma vez, manteve o gaúcho. E agora, no Brasileirão, o Timão começa a dar sinais de reação.
Eu não me preocupo com isso (críticas). Sei que meu trabalho é bom"
Carpegiani
Carpegiani tem uma história parecida. Trabalhou no São Paulo pela primeira vez em 1999. No Campeonato Paulista, depois de ótima campanha na fase de classificação, foi atropelado pelo Corinthians na semifinal daquele ano. No torneio seguinte, o Campeonato Brasileiro, foi novamente eliminado pelo rival de Parque São Jorge também na semifinal. Ao final do ano, mesmo com o Tricolor na disputa da seletiva Pré-Libertadores, ele acertou com o Flamengo e foi embora.
Este ano, Carpegiani foi eliminado em dois mata-matas, para Santos e Avaí, no Paulistão e na Copa do Brasil, respectivamente. Chegou a ter sua demissão anunciada por um dirigente do Tricolor, mas ganhou uma nova chance do presidente Juvenal Juvêncio. E hoje comanda o líder do Campeonato Brasileiro.
Carpegiani, agora, é elogiado pela diretoria, que até fala em renovação. O gaúcho, no entanto, não se empolga com sua situação e também deixa claro que não se importa com a opinião da torcida, que na época das eliminações, pediu a sua cabeça.
- Eu não me preocupo com isso (críticas). Sei que meu trabalho é bom, falhamos apenas em duas partidas que não nos comportamos bem (referindo-se a Avaí e Santos). Já tenho preocupações suficientes com a minha equipe. Tenho um contrato em vigência até o final do ano e lá vamos ver o que acontece. Quem acompanha a minha carreira sabe que eu costumo sempre dar uma pausa após cumprir os meus contratos. O futebol vive de momentos. Vitórias trazem alívio. Ruim é trabalhar pressionado – lembrou.
Falta o título, sim"
Tite
Tite, por sua vez, sabe que a eterna desconfiança da torcida só vai se encerrar com a conquista de um título.
- Sem melindres. Falta o título, sim. Eu não recebo essas perguntas (sobre futuro) no Rio Grande do Sul. Fui campeão seis ou sete vezes lá porque tive tempo para formatar o grupo – ressaltou.

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